No documento enviado enviada hoje à Agência ECCLESIA, pela Liga Operária Católica em Portugal (LOC/MTC), são exigidas “medidas concretas contra injustiças” de que as mulheres são vítimas, como as afetadas pela violência doméstica e a discriminação, as que sofrem de assédio sexual, desigualdades salariais e precariedade laboral, a temporalidade e salários baixos que “não permitem subsistir”.

O MMTC sugere uma “educação sexual” que sensibilize para a igualdade de género e “denuncie a irracionalidade de certas práticas” com as mulheres, como a excisão de meninas, a escravatura feminina, “o trabalho forçado de meninas, o matrimónio forçado de jovens migrantes”.

“O problema radica na normalidade com que se assume esta situação. Assim, nas famílias, nos lugares de trabalho, nos bairros,… a violência e o assédio sexual deixa-as indefesas; e em nome da tranquilidade do sistema e da prosperidade económica, continua a explorar-se física e moralmente as trabalhadoras sem forças para resistir”, alerta.

O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos explica que a “violência e a discriminação” em relação às mulheres também se verifica nos países democráticos onde se supõe que “a lei garanta a igualdade de direitos entre homens e mulheres”, mas os meios de comunicação “continuam a denunciar a existência de violações e ataques”.

A mensagem assinala que para se mudar a cultura da violência contra as mulheres ainda “resta um longo caminho a percorrer” e a primeira coisa a desenvolver é “uma luta solidária pela justiça e libertação” para recuperar a “identidade e a dignidade como ‘rosto de Deus’”.

O movimento cita o Catecismo da Igreja Católica (2393) – “Ao criar o ser humano, homem e mulher, Deus confere a dignidade pessoal de maneira idêntica a um e a outra” – para explicar que Deus “convida a construir juntos uma comunidade humana em dignidade”.

‘Antes de ser mulher, uma mulher é um ser humano’ é o título da mensagem do MMTC, que foi escrita pelo Movimento Operário Coreano, para o Dia Internacional da Mulher 2019, no próximo dia 8 de março, instituído pela Organização das Nações Unidades, em 1975.

(Fuente: https://agencia.ecclesia.pt)


Antes de ser mulher, um mulher é um ser humano

“Depois, da costela que tinha tirado do homem, o Senhor Deus formou uma mulher e apresentou-a ao homem. Então este exclamou; Agora sim; isto é osso dos meus ossos e carne da minha carne; por isso se chamará mulher, por ter sido tirada do homem. Por isso o homem deixará pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois serão uma só carne.”

“Ao criar o ser humano, homem e mulher, Deus confere a dignidade pessoal de maneira idêntica a um e a outra” (Catecismo da Igreja Católica, 2393). Isto significa que Deus, ao conceder igual dignidade a homens e mulheres, nos convida a construir juntos uma comunidade humana em dignidade.

Apesar de em 1975, as Nações Unidas proclamarem o dia 8 de março como “Dia internacional da Mulher” e levando já quase 20 anos no séc XXI, a violência e a discriminação contra as mulheres persiste na posição social, nas oportunidades, e no tratamento. Inclusive nos países democráticos nos quais se supõe que a lei garanta a igualdade de direitos entre homens e mulheres, os meios de comunicação continuam a denunciar a existência de violações e ataques contra as mulheres.

O problema radica na normalidade com que se assume esta situação. Assim, nas famílias, nos lugares de trabalho, nos bairros,… a violência e o assédio sexual deixa-as indefesas; e em nome da tranquilidade do sistema e da prosperidade económica, continua a explorar-se física e moralmente as trabalhadoras sem forças para resistir.

Tudo isto demonstra que, para mudar esta cultura da violência contra as mulheres ainda nos resta um longo caminho a percorrer. E a primeira coisa é desenvolver uma luta solidária pela justiça e libertação para recuperar a nossa identidade e a dignidade como “rosto de Deus”.

Para que se oiça a nossa voz necessitamos de nos organizar localmente, a nível nacional e internacional, em grupos, actuando solidariamente e contribuindo para o estabelecimento de uma verdadeira política de protecção das mulheres afectadas pela violência doméstica, a discriminação. O assédio sexual, as desigualdades salariais, a precaridade laboral, a temporalidade, com salários baixos que não lhes permitem subsistir.

Neste Dia Internacional da Mulher exigimos medidas concretas contra estas injustiças: a educação sexual que sensibilize para a igualdade de género e denuncie a irracionalidade de certas práticas com as mulheres (p.ex. a excisão de meninas) a escravatura feminina, o trabalho forçado de meninas, o matrimónio forçado de jovens migrantes.

“Jesus disse a sua mãe: “Mulher, que queres de mim? Ainda não chegou a minha hora” Sua mãe disse aos serventes: fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,4-5).

Ao responder positivamente ao pedido de sua mãe, o Evangelho diz-nos que Maria era um ser iluminado e que desempenhou um papel activo. A mulher não é um ser débil e insignificante, mas um ser respeitável que cumpre na sociedade uma missão específica que só ela pode realizar.

Mensagem escrita pelo Movimento Operário Coreano (30/01/2019)